A alta de quase 200% no preço do algodão em pluma nos últimos oito meses provocou o fechamento de 80 tecelagens (de um total de 200) e a demissão de mais de 2 mil pessoas somente Nordeste do país. De acordo com José Rangel de Araújo, consultor do Sebrae, está faltando algodão no mercado mundial, o que elevou os preços e culminou com o fechamento de fábricas e a redução de postos de trabalho. “O fio, que antes custava R$4,30, agora está custando, em média, R$8,50 - quase o dobro. Este aumento não pôde ser repassado para o consumidor final. O preço do fio dobrou, mas o preço do tecido por exemplo, não pôde subir nem 30%”, exemplifica. De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a alta dos preços foi provocada pela forte redução dos estoques mundiais. O problema é nacional e afeta principalmente fábricas de baixo capital e pouca capacidade de investimento.
Embora afete a indústria têxtil como um todo, a alta atinge em cheio as pequenas tecelagens. “Como o preço não pode ser repassado para o consumidor final, criou-se uma ciranda. A maior parte das fábricas estão produzindo menos ou fecharam as portas, porque não estavam ganhando dinheiro. As grandes fábricas ainda conseguem importar. As pequenas não”, afirma.
